quinta-feira, 31 de março de 2011

COMO FUNCIONA A MATEMÁTICA DE DEUS

COMO FUNCIONA A MATEMÁTICA DE DEUS



João 6:1-15


Adicionar, subtrair, dividir e multiplicar são operações matemáticas que aprendemos desde nossa infância. Tendo facilidade ou dificuldade com a aritmética o fato é que os números e seus cálculos são fundamentais em nossa vida. Saber o valor do dinheiro, calcular o peso de um produto, olhar na balança para saber quantos quilos foram perdidos com o regime... São coisas do nosso cotidiano que só podemos fazer graças à matemática. Por isso, os cálculos aritméticos são considerados parte de uma ciência exata. Contudo, como a matemática pode nos ensinar acerca dos valores do reino de Deus? O texto bíblico em questão está repleto dos chamados problemas matemáticos.
Poderíamos tentar equacionar: Joãozinho tinha cinco pães e dois peixinhos. Ele os deu para Jesus que não tinha nenhum pão nem peixinho. Com quantos pães e peixes Jesus ficou? A resposta pareceria obvia. É lógico! É matemático! Mas como explicar que com cinco pães e dois peixes Jesus alimentou mais de cinco mil pessoas?
Portanto, a primeira coisa que aprendemos sobre a matemática de Deus é que ela não segue a lógica do calculo humano. Há um elemento sobrenatural nas contas que Deus faz. Por isso a Bíblia está cheia de histórias como daquele velho patriarca chamado Abraão, cuja mulher era estéril, mas que recebeu a promessa de ter uma descendência tão numerosa como as estrelas do céu. A este elemento ilógico, inusitado, incompreensível aos físicos e matemáticos a Escritura chama “graça”. Com a operação da graça de Deus, as operações matemáticas passam a ter novas funções pedagógicas. Ao multiplicar os pães e peixes Jesus ensina que na operação matemática da graça é necessário em primeiro lugar subtrair. O princípio da subtração no Reino dos Céus é o elemento que exige de nós uma entrega total. O que deve ser tirado de nós mesmos é nada menos do que tudo. Aquele menino não entregou dois pães e um peixinho.
Ele entregou toda a sua refeição. A multidão estava com fome e com toda certeza também ele estava. Ali era um deserto, mas ele entregou tudo. Quando subtraímos tudo de nós mesmos e entregamos a Jesus, o poder da graça põe em operação um novo elemento da matemática de Deus, a multiplicação. O Carpinteiro de Nazaré cheio da graça deu graças, e o que se sucedeu foi um crescimento exponencial tão maravilhoso que a multiplicação daquilo que o menino havia subtraído de si próprio e entregue nas mãos de Jesus foi suficiente para sua própria alimentação e de mais de cinco mil homens ali presentes.
Mas, observe: a subtração que foi transformada em multiplicação agora precisou tornar-se divisão. Jesus partiu os pães e peixes e os distribuiu a todos. O crescimento exponencial, fruto da entrega plena de um menino, agora precisava ser partilhado com todos. No reino de Deus só existe sentido em algo ser multiplicado na vida de alguém se for para ser dividido, partilhado, com muitos.
Mas a graça de Deus, elemento presente em suas operações matemáticas produz um outro milagre quando a divisão acontece: Como resultado da partilha, ao invés da perda, do empobrecimento, o que se sucede é a soma. A Escritura nos informa que Jesus ordenou que fossem recolhidos todos os pedaços que sobraram de pães e peixes e o resultado foi a soma de doze cestos cheios de comida. Nenhum pedaço se perdeu. Cada pedaço recolhido representa a soma na comunhão daqueles que se agregam a igreja.
O povo de Deus, recolhido no fundamento dos doze apóstolos, é o povo que é somado e contado para usufruir de comunhão uns com os outros. Por isso, o maior exemplo da matemática divina é o próprio Filho de Deus. Por nós ele subtraiu todas as coisas. Sua entrega foi plena, conduzindo-o a morte na cruz.
Todavia, por seu sangue, milhares e milhares de pessoas têm recebido vida e perdão, multiplicando o fruto de seu penoso trabalho. E seu evangelho tem sido partilhado, de um a um, de modo com que sua palavra tem sido um alimento dividido com todos os que o buscam. O resultado final é a soma de milhares e milhares de pessoas, recolhidas nos doze cestos que nada mais é do que a igreja do Velho e do Novo Testamento, representada no Velho pelas doze tribos, e no Novo pelos doze apóstolos.
Esta conta, nem o maior dos matemáticos pode explicar. Simplesmente ela não concorda com o raciocínio humano. A matemática de Deus funciona pela loucura da graça. E sempre será assim! Na sua vida, pela graça, dê tudo, para que tudo seja multiplicado, então partilhe tudo, para que tudo, de fato, seja somado!

Rev. Jean Chagas - Igreja Presbiteriana Luz